13.2.12

Das viagens com pés ou rodas ou telas ou páginas - PT 2

Após o momento “revisão de valores”, ocorreu a leitura de “Quando Éramos Ófãos”, de Kazuo Ishiguro, uma narrativa sobre um renomado investigador inglês que é obrigado a enfrentar seus demônios de infância ao voltar para uma China em plena Segunda Guerra, enquanto tenta desvendar o desaparecimento de seus pais. Em meio à leitura, uma viagem para cidades próximas apenas como modo de “matar tempo” em meio às férias. Encontrei “47”, personagem do livro homônimo de Walter Mosley, em um restaurante. Ele parecia fascinado com a comida e tudo o que “a espécie humana é capaz de produzir”. E ouve também a leitura de “Santa Maria do Circo”, do mexicano David Toscana, uma alegoria da condição humana. O mote da história se constitui em um grupo de circenses que, sem expectativas, decidem criar uma cidade no meio do deserto e atribuir a cada morador atividades necessárias em uma cidade (tais como prefeito, médico, bancário). O problema é que nenhum tinha a formação requerida. E dessa forma eles constituem uma comunidade. Fantástico perceber a sociedade dessa forma. Muitas vezes estamos perdidos dentro dela, sem saber de fato o que estamos a fazer. Sem saber como conviver. E após a leitura assisti o filme “Violência Gratuita”, uma produção alemã cujo enredo se dá com o jogo violento de dois psicopatas com uma família em uma casa de campo. Tal produção inquieta, deixa o expectador em terror, e faz questionar a forma como banalizamos a violência nos diversos meios de comunicação. Aprendemos a nos acostumar com ela. Aprendemos a ser violentos e a sofrer violências, como se fosse algo extremamente normal. Eles entraram também na minha casa. Foi difícil consertar as coisas por uns tempos.

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