11.6.13

Dia dos amados

João entregava flores à sua mulher recém-perdida em um daqueles acidentes bestas. Achava que a vida lhe havia tirado algo mais cedo, mas não esquecia do presente, longe de ser posse, apenas sinal de lembrança.

Clara não estava nem aí, achava idiotice uma data da massa.

Jorge se importava pois amava muito Joana e achava que mulher como aquela não haveria em lugar algum de sua vida. Os dois não se importavam, muito menos ela, mas ele pensava que uma mostra de lembrança nunca cairia mal.

Adrienne dizia que era um dia dentro de todos, não algo com vinte e quatro horas.

Tantos outros, tantos outros, todos com uma ideia central: ninguém pertence a ninguém, apenas escolhe o seu alguém a amar, em tempos tão inconstantes. Hoje em dia, encontrar um amor é como encontrar uma árvore em meio a uma megalópole.

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