10.9.11

Bernadette

Bernadette era alemã mas morava há muito no México. Talvez por transitar entre dois mundos diferentes foi a melhor.
Em uma viagem para Monterrey ela sentou ao meu lado.
Conhecia mais do mundo do que eu um dia poderia conhecer, enquanto se mostrava tão frágil perto de mim.
Puro jogo. Me liguei na hora mas decidi entrar. Poderia me perder naqueles olhos que intimidavam e excitavam e de fato o fiz. Me senti um garotinho de 17 anos, totalmente inseguro frente àquela mulher. Entre um flerte e outro, me livrei das barreiras por mim criadas e convidei-a para sair.
O primeiro beijo soa agora como uma lembrança da juventude.
Foi ela quem tomou a atitude para o sexo.
Ela me tirava o ar, me deixava parecendo um garoto imaturo cheio de tesãotesáoeumpoucodeamor e todos os clichês possíveis.

Entre uma transa e outra, ela me contou que era

casada.

Ernesto era o nome do cabrón, mas ela não andava muito contente.
“não muito”

Com um sinal de alerta mental, eu resolvi continuar.Talvez eu tenha amado-a, quem sabe.
Um dia, entre os lençóis, eu a abracei e disse:
“Bernadette, you are my liberty”
Mas ela não entendia inglês.

Um dia ia saindo de minha casa quando um homem surgiu do nada e me deu um jab (sim, coisa de boxeador) e disse:
“deja a mi esposa o mueres, cabrón!”
Não tive escolha que não ir embora.

Tempos depois eu soube que eles estavam muito bem, obrigado, e ela inclusive esperava um filho.
Talvez eu fosse o tempero especial daquilo tudo.
Não, eu com certeza era.
“Ich heisse super fantastich”

Um comentário:

Eduardo Silveira disse...

fechando com FF! gosto muito.