9.1.11

Volta


Ele estava voltando de ônibus num domingo à noite de uma daquelas viagens monótonas feitas para agradar seu coração de mentira.

Na poltrona atrás dele,

uma moça que

lembrava sua

ex-mulher.

Foi o suficiente para fazê-lo arriscar uma abordagem em um momento qualquer da viagem, quem sabe aquela parada de vinte minutos pro café.
A conversa fluiu entre os dois.

Feitos um pro outro em quinze minutos, mais perfeito que café expresso e pão de queijo às nove da manhã.

Com aquela falsa ex, ele preencheu todas as lacunas da ex original, e se livrou de todos os erros que havia cometido.

Em apenas uma hora e meia. Fácil.

No meio da viagem ela precisou trocar de ônibus. Ele foi junto.

Trocou uma cidade de plástico por uma ilha de papel.

2 comentários:

ítalo puccini disse...

ilha de papel me soou tão magnífico como um título de conto ou de livro :)

abraços.

Aninha Kita disse...

Que conto adorável! A frase final ficou magnífica, metáforas muito sagazes! *-*

Que 2011 seja feliz, literário e poético! :D

Beijos, beijos.
Ana