Assim como muros se erguem, medos também se estraçalham em suas
guerras sem sentido, e uma hora é preciso se rebelar. Contra um sistema
falho, um trabalho degradante, alguma pessoa insuportável. O ato de se
rebelar pode ser considerado até como o de ter fé: é necessário, não
importa como. Enquanto isso, pessoas estúpidas e orgulhosas esquecem
seus telefones pois se julgam injustiçados pelas próprias canalhices,
enquanto prepotentes assoberbados que julgam conhecer o mundo lançam
pitacos sobre tudo como se tivessem propriedade, e ridículos são aqueles
que pensam diferente.
Vivemos a ditadura da inteligência.
Você vive em uma bolha e acha que conhece o mundo só porque visitou Mumbai.
Sua sombra é invisível e não sabe.
E
após dançar torto e perder, cair desajeitadamente em um lamaçal urbano e
enxergar a escuridão entre frestas (alguns olhos não suportam claridão
exagerada), um pouquinho de amor é encontrado dentro de uma árvore
cortada na Avenida Paulista.
O amor é um et.
"Saudade é um sentimento escroto", ela disse. E é escrotamente necessário.
Como as coisas estão por aí?
Não
ouvi. Não importa. Não quero. Não me importa lhe ouvir, na verdade. E
não porque não me importe, mas sim porque você também não liga a mínima
para o que você pensa.
Mas respondo por mim: por aqui tá tudo bem, valeu. Absurdamente clichê. E feliz.
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