25.2.12

Sobre adultecer e outros clichês

Dizem que o ser humano é assim mesmo, quando é criança quer ser gente grande, e quando chega lá já se arrepende, um arrependimento sem volta.
Eu nunca pensei muito nisso, não.
Na verdade, não tive muito tempo.
Foi preciso ser gente grande um pouco mais cedo, enquanto eu continuava tentando extrair infância da vida.
Época estranha, essa.
E eis-me aqui, hoje, numa transição tosca entre adolescência e fase adulta.
Determinado em algum momento, inseguro em outro.

Esse negócio de crescer é complicado mesmo, né não?

Tempo perdido não se recupera, mas eu tenho vontade de viver, realmente.
Muita coisa falta a ser vivida.
O problema é que vivo em uma terra de gigantes.
Terra onde quem trabalha como professor deve ser uma figura carrancuda, que evita contato com os alunos.
Lugar onde as conversas giram em torno de carros e dinheiro. Aventuras nem pensar!
Mundo onde é proibido enxergar além do que se vê.

Terra estranha, que eu não quero pra mim.

Se fosse possível eu mudava hoje mesmo, empacotava algumas coisas e saía tipo Keoruac em "On The Road". E por que não?

(a gravação para aí. ruídos estranhos, sons de luta e um levem-no para a cadeia encerram o áudio)

Um comentário:

Aninha Kita disse...

Pena que eu não conheço a referência (quase) final.

O parênteses final acaba por dar outra cara ao texto, mas confesso que tinha gostado antes de lê-lo (com o fundo transparente e minha leitura dinâmina - ou nem tão atenta - demorei a ver que não tinha acabado antes). Achei inclusive um texto legal para trabalhar com séries finais da educação básica, ou ensino médio, depende da tal "maturidade" dos alunos.

Excelente reflexão, até "chamada de atenção". Ah, e me admirei, especialmente, com os significados atribuídos à "terra de gigantes".

Beijos, beijos,
Ana*.