18.8.11

Restrições

Desde o começo do ano, após dois anos vivendo em um emprego-pesadelo com uma rotina-pesadelo, faço estágio em uma biblioteca, e a experiência tem sido muito gratificante, ao entender como, de fato, uma biblioteca funciona –o que não é tão simples assim- e também entrar em contato com vários nomes da literatura, uma vez que, dentro de uma “casa dos livros”, é muito mais fácil estar sempre com um (ou dois ou três ou dez) na mochila.



Contudo, presencio alguns fatos que fazem doer meu coração literário. Pais entram e xingam pelo fato de que seus filhos pegaram um livro “que não deviam”. Por livros “que não se devem pegar” podemos entender aqueles com religiões diferentes à nossa, bruxinhas, gnomos ou até mesmo figuras do folclore.



A questão é: POR QUÊ?



Entendo que é da questão humana possuir certos dogmas desde nossa criação. No entanto, é certo privar uma criança do contato com seres mágicos e fantásticos apenas por questões próprias dos pais (ou pais destes, ou avós, enfim) que tangem as suas crenças?





Você, pai ou mãe que está lendo isso e pense dessa forma, faça o teste: deixe seu filho ler, ao menos uma vez, um livro assim. Recomendo a coleção da Bruxa Onilda, ou então as criaturas do imaginário popular.



Posso a garantir a vocês que nenhum deles vai crescer e se tornar uma pessoa que mexe em caldeirões.



Ou um Saci.



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